O Prémio Design de Livro foi criado em 2017 pela Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) para promover o design e a qualidade de produção de livros em Portugal. À data da sua criação, o prémio propunha valorizar o trabalho de todos os editores, autores, designers e empresas gráficas nacionais. Pretendia também levar os livros distinguidos à Feira do Livro de Frankfurt, onde desde então integram o concurso internacional “Best Book Design from all over the World,” organizado pela fundação alemã Stiftung Buchkunst.
Este artigo faz uma análise das cinco primeiras edições deste prémio e uma leitura atenta de 20 dos livros seleccionados pelos seus júris. 19 destes livros podem ser aqui livremente apreciados graças aos exemplares gentilmente cedidos pelos seus editores. A selecção e infografias aqui expostas convidam também a questionar como este prémio dialoga com o panorama editorial português. Afinal, que livros são estes?
A ausência quase total de títulos de ficção, ensaio, técnicos ou escolares revela um enviesamento nas escolhas de sucessivos júris do prémio em favor de livros de arte, fotografia, design e arquitectura. Tal enviesamento resulta de uma falta de diversidade profissional do seu júri mas sobretudo da ausência de categorias editoriais no regulamento do prémio. Assim, o mesmo tipo de júri tem distinguido, até agora, o mesmo tipo de livros. Consequentemente, isso tem feito com que editoras e autores desistam de submeter livros por considerarem que este prémio não é para eles. O que faz então este prémio? Reconhece e até estimula o design editorial nacional, ou reforça uma história de uma prática parcial e pouco representativa?
Este texto é uma sinopse do artigo publicado na Fazer #1, inicialmente redigida para a exposição Fazer #1.
Este e outros artigos desta edição impressa da revista ficarão disponíveis para leitura e partilha online quando a sua tiragem esgotar.