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O design da propaganda portuguesa

Em Portugal, a actividade de propaganda político-partidária é livre e pode ser desenvolvida em qualquer meio de comunicação, tanto fora como dentro dos períodos de campanha eleitoral. Essa liberdade, excepcional a nível europeu, permite a todos os partidos comunicar com todos os cidadãos, todos os dias, em (quase) todo o lado. Na complexa e fragmentada esfera pública em que vivemos o outdoor é, ainda, um meio incontornável para a divulgação de propostas, promessas, símbolos e candidatos partidários. Estes cartazes, de formato alongado e dimensão monumental, disputam a paisagem urbana nacional – e a nossa atenção – com outros cartazes e mensagens publicitárias. Porém, tal como definido na Lei 97/88, cada partido é livre de afixar os seus outdoors em espaços e lugares públicos disponibilizados para o efeito pelos municípios. Os partidos com assento parlamentar recebem ainda uma subvenção do Estado para financiar a impressão, colocação e, claro, o design destes e outros objectos de propaganda.

Este artigo é a primeira abordagem sistemática ao design da comunicação dos partidos representados na Assembleia da República Portuguesa. Através de entrevistas com os seus representantes, entendemos as suas estratégias e as táticas comunicacionais. Identificámos também as distintas dinâmicas entre dirigentes e designers, os quais são tanto camaradas como prestadores de serviços externos. Durante as 15 semanas da exposição trazemos da rua para a galeria oito objectos de comunicação partidária, um de cada vez (ver calendário), confrontando os eleitores com os resultados de um processo de design que como poucos define a nossa paisagem mediática.

Este texto é uma sinopse do artigo publicado na Fazer #1, inicialmente redigida para a exposição Fazer #1.
Este e outros artigos desta edição impressa da revista ficarão disponíveis para leitura e partilha online quando a sua tiragem esgotar.