Inma Bermúdez (Valência, 1977) recebeu o Prémio Nacional de Design em 2022. Este prémio, atribuído pelo Ministério da Ciência e Inovação de Espanha, reconheceu uma carreira original e profícua, na qual se destaca o feito de ela ter sido a primeira designer espanhola a trabalhar com a IKEA. Uma já longa colaboração que se traduz numa gama de produtos com tipologias, escalas de produção e preços muito diversos.
Em 2020, Bermúdez começou a projectar uma coleção de tapetes para a GAN Rugs, uma das marcas da empresa valenciana Gandia Blasco. Ao longo de meses trocou desenhos e amostras com os produtores dos tapetes na Índia, aperfeiçoando um processo de manufatura assente em painéis de fibras de juta entretecidas com fio de algodão. Desse processo resultaram quatro modelos com diferentes níveis de complexidade formal e, consequentemente, de mão-de-obra necessária ao seu fabrico. A designer quis relacionar esses dois factores com um terceiro, o custo no consumidor, propondo à GAN que o modelo 04, mais elaborado, fosse proporcionalmente mais caro que o 01. Contudo, a empresa decidiu vender os quatro modelos ao mesmo preço. A proposta da designer e a decisão do seu cliente revelam duas formas consideravelmente diferentes de criar valor através do design.
É este processo de criação que abordamos no primeiro artigo da secção Na primeira pessoa, em que convidamos uma designer a reflectir sobre um projeto ou aspecto particular do seu trabalho. Este artigo consistirá na transcrição da nossa entrevista a Inma Bermúdez, feita ao vivo nesta galeria.
Este texto é uma sinopse do artigo publicado na Fazer #1, inicialmente redigida para a exposição Fazer #1.
Este e outros artigos desta edição impressa da revista ficarão disponíveis para leitura e partilha online quando a sua tiragem esgotar.