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Após escrever um artigo para a Ramparts sobre a sua viagem a Cuba em 1969, Susan Sontag foi convidada por Dugald Stermer, director artístico da influente revista norte-americana de esquerda, a escrever uma introdução para um livro por ele editado sobre cartazes cubanos, publicado em 1970. Em vez de um texto curto, Sontag escreveu um longo ensaio, com mais de 14,000 palavras, que é uma das mais originais e brilhantes análises já escritas sobre a função, história e papel político do cartaz, do design e da arte.

Inclui reflexões como esta: “Se o cartaz comercial é uma consequência da economia capitalista, com a sua necessidade de atrair as pessoas para gastarem mais dinheiro em bens não essenciais e em espectáculos, o cartaz político reflecte outro fenómeno específico dos séculos XIX e XX, articulado pela primeira vez na matriz do capitalismo: o estado-nação moderno, cuja reivindicação de monopólio ideológico tem como expressão mínima e inquestionável o objetivo da educação universal e o poder da mobilização de massas para a guerra.”

O ensaio de Sontag, apenas republicado em 1999 no compêndio Looking closer 3: classic writings on graphic design (editado por Michael Bierut, Jessica Helfand, Steven Heller e Rick Poynor), permanece praticamente ausente da historiografia do design. Por considerar que merece ser conhecido e lido na língua portuguesa, escolhemos este como o primeiro texto inédito em Portugal que pretendemos traduzir e publicar em parceria com a recém-criada editora Bikini Books.

Este texto é uma sinopse do artigo publicado na Fazer #1, inicialmente redigida para a exposição Fazer #1.
Este e outros artigos desta edição impressa da revista ficarão disponíveis para leitura e partilha online quando a sua tiragem esgotar.