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Made in Portugal

A indústria têxtil portuguesa é hoje uma das mais reconhecidas do mundo. Ao longo dos últimos 40 anos, notórias melhorias em termos de tecnologia, leis laborais e padrões éticos e ambientais fizeram das empresas deste sector líderes na exportação de produtos e serviços. 

Localizadas na proximidade da Inditex, o grupo galego que criou o regime fast fashion, participam no processo de manufactura just-in-time que leva uma peça de roupa da passarela à prateleira da loja, ou à porta da consumidora, em poucas semanas. A sua pequena e média escala permite um tempo de resposta, uma oferta de qualidade e uma transparência nos processos de confecção que têm seduzido cada vez mais marcas internacionais a produzir com elas roupas que ostentam, orgulhosamente, a etiqueta Made in Portugal. Algumas incluem mesmo o nome e localização destas nos seus sites, além de referências a Portugal em sessões fotográficas e outros elementos da sua comunicação.

Este artigo revela como apesar de se encontrarem no lugar certo de uma indústria em constante movimento, estas empresas vivem ainda no impasse do fornecedor. Esmagadas por margens agressivas e por flutuações imprevistas nos custos de produção, demasiadas continuam alicerçadas em baixos salários. Poucas têm conseguido acrescentar valor através de um investimento em design que se traduza em criação de colecções inovadoras, mas sobretudo em marcas originais, distintivas pelas mesmas características que asseguram aos seus clientes. As dez peças aqui expostas, todas produzidas em Portugal, são exemplos de como essas características se manifestam de acordo com origens, percursos e narrativas distintas.

Este texto é uma sinopse do artigo publicado na Fazer #2, inicialmente redigida para a exposição Fazer #2.
Este e outros artigos desta edição impressa da revista ficarão disponíveis para leitura e partilha online quando a sua tiragem esgotar.